Arcado
sobre a ponte sobre o riacho, sobre o lodo sobre os rochedos, sobre o caminho
que leva a água sob as margens sob o vale, sob as vigas sob a ponte, sob
Arlindo, o forasteiro sertanejo, o espelho diante da luta, atrás de labuta,
lado a lado com a franqueza, abaixo da riqueza da realeza, da tristeza da
avareza, da beleza de ser livre em definir o próprio destino impróprio, inócuo,
incrédulo com as paisagens artificiais, irracionais, imateriais do seu povo sem
futuro, sem orgulho, sem reflexo, arcado sobre a ponte, diante do horizonte,
menos belo que ontem, caminhara sobre a água, sobre o lodo sobre os rochedos,
sobre o caminho que não leva para casa, nem a lugar algum, a não ser ao próprio
arco, ensimesmado sobre o ego, sobre o elo sobre sua existência sobre a terra,
sobre o sertão sob seus pés, sobre a ponte sobre o riacho, sobre o “diacho!” diante
do arco esticado com a flecha de Arlindo.