domingo, 18 de dezembro de 2011

A Janela Secreta

Particularmente, não há nada mais fascinante em uma fotografia do que não saber como ela foi capturada. As de baixo tendem a causar essa dúvida, até porque o jogo de luz e sombras sempre dá margem a várias interpretações.

Fotos: Klaus Pettinger (clique na foto para ampliar)




Ainda em dúvida sobre como foram feitas essas fotos?
A foto abaixo mata a charada?

Interessante o que se pode fazer com um pôr-do-sol (ou luzes da rua, na segunda foto), uma janela e uma parede!

Futografando


Sempre quis ter uma imagem própria sobre minha
imensa, estrondosa e infotografável
capacidade futebolística...


Capacidade? Nem futebolística, nem fotográfica. Essa produção futográfica podia ao menos ter uma chuteira... 
Ah, foi gol.
Mentira, nem isso...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O lugar mais frio do Paraná

Gazeta do Povo

Entre Rios poderia bem chamar-se Entre Geleiras. Hoje, os termômetros do Simepar, na FAPA, registraram -3,4º C, a temperatura mais baixa do ano em todo o Paraná. Para amanhã, mais um pouco de frio deverá aquecer nosso ego - e congelar até o último bicho geográfico do dedão do pé esquerdo.

A despeito da cãibra de tanto bater o queixo, seguem algumas fotos deste fenômeno chamado geada, de tão natural que a gente quase nem sente mais. Bem capaz, de certo, loco do céu...

Foto: Klaus Pettinger
Às 9h20 da manhã a geada ainda permanecia, 
teimosa, intocada pelos raios do sol.


Foto: Klaus Pettinger

Ao contrário do que normalmente ocorre, o dia amanheceu 
nublado, com o que a paisagem parecia ainda mais européia!

Foto: Klaus Pettinger

Poucas nuvens, pouco sol e muita geada!

O noticiário estadual, e até o nacional, repercutiu nossa mania pé frio de ser.

Do site da Gazeta do Povo

Do site da Gazeta do Povo
E atenção para o momento ¨profético-meteorológico¨ do ano:
Deste jeito, com a chuva que chove aqui e os buracos que se abrem neste lugar, das poças d`água verterão geleiras e das crateras serão feitas pistas de gelo, de modo que tapas buracos naturais e cristalinos solucionarão todos os problemas das estradas de barro deste distrito! Quem sobreviver, verá! 


Voltamos agora à nossa congelação normal...


Atualização: agora, às 23h18 de segunda-feira, o Simepar conta -0,8º C. Previsão atualizada de mínima para amanhã: -4º C!!! Se passar disso, quebra o recorde da série histórica do Simepar, que é justamente de -4º C para a estação de Guarapuava (segundo me consta). Haja cobertor.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ratinho de laboratório

Quando pequeno, pequeno Klaus (era dos menores, mesmo) tinha uma bicicleta vermelha. Minúscula. Lembra vagamente quando, pela primeira vez, equilibrou-se nela, sem rodinhas e a segurança dos braços da mãe (ou do pai?) dera vez à inesperada liberdade. Seguida de um tombo, claro. Sobre a grama fofa.

Lembra bem, quando ganhou sua nova bicicleta, tamanho médio. Na realidade uma ¨reciclagem¨ da Caloi de primos mais velhos. Andou no barro, sujou uniformes, rasgou uniformes na altura do joelho, rasgou o joelho na altura do queixo. Caiu de um precipícios de 1 metro, de cara no tijolo e só fez um cortezinho. Escorregou, quase parado sobre casacalho solto, e esfolou a coxa inteira.

Barbeiro, o pequeno Klaus cresceu. Devagar, mas cresceu. Ganhou uma bike de 18 marchas, câmbio shimano, pneu ¨slick¨, transformada em sinônimo de sua liberdade. Programa predileto: ir ao mercado e voltar com uma lata de coca pendurada na sacola do lado direito do guidon (mão direita segurando a alça e o freio) e, na outra mão, uma casquinha, com cada vez menos bola de napolitano, que se dissolvia com o vento quente e secava no uniforme branco do colégio. Sua mãe odiava a bicicleta.

Aulas à tarde? Ia de bike. Jogo à noite? Ia de ¨bici¨. Festinha? Bom, aí pegava uma carona. Da perna de flamingo até que brotavam alguns músculos, que lhe alimentavam um pouco o pequeno ego costumeiramente desinflado.

O ciclista... Ou melhor, o bicileteiro Klaus viu o assassinato sumário de sua pedalada rotineira quando passou no vestibular. Sonhava, em meio às teorias da comunicação, como poderia trazer a bike para a cidade ¨grande¨, onde guardá-la, onde prendê-la, como não vê-la furtada? Trocou-a por um fusca.

Barbeiro, o pequeno Klaus bateu o fusca, mas nunca mais matou a vontade de pedalar. Jornalista formado, sua nova manchete seria: ¨Aposentado, Klaus pretende dar a pedalada de despedida pela seleção¨. Pança para tanto, já tinha. Arriscou algumas voltas pelas colônias do distrito, mas o pique esvaiu-se novamente pelos aros.

Foi à academia e chegou a fazer spinning, aquela loucura em forma de aula aeróbica, que quando não infarta, mata do coração.

Vez ou outra tomava coragem, pegava sua bike, empurrava-a por um quilômetro até o posto de combustível, inflava-lhe os pneus ressecados, saía pedalando a idosa magrela rangente e desistia no terceiro dia.

Era custoso, pensava, chegar do trabalho, trocar de roupa, pegar a bike, sair pedalando, cumprimentar conhecidos e, o pior de tudo: ainda encarar o caminho de volta!!!

Até que teve uma idéia genial.

Pesquisou, informou-se, pediu a opinião de próximos e decidiu: vai comprar uma bicicleta ergométrica. Sim, um luxuoso cabideiro. No qual é possível sentar-se de sapato, calça jeans, camisa, tirar o celular do bolso, botar uma musica qualquer e pedalar 15 a 20 minutos (ou até cansar). Não precisa cumprimentar ninguém, não precisa se preparar, não precisa inflar pneu e, o melhor de tudo: não precisa fazer o caminho de volta!!!

O teimoso Klaus voltou a pedalar. Colocou a ergométrica de frente para uma janela e o reflexo logo lhe permitiu uma bela conclusão. Pedalando freneticamente, com a bunda empinada, pra cima e pra baixo, com a língua de fora, finalmente o ex-pequeno, o ex-barbeiro, o ex-atleta, o ex-vagabundo, virou: um hamster!!!

sábado, 14 de maio de 2011

Tempestade chegando!!

FOTOS: KLAUS PETTINGER
Tempestade se formando em menos de 2 minutos!
¨Flagrante¨ com direito a raio! 
Raio meia boca, mas raio...
PS: Se a sequência demorar, aguarde apenas mais alguns segundinhos...  :)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Causando ¨klaustrofobia¨

Na sala de eventos do mais luxuoso hotel de Curitiba, já se passavam cerca de sete minutos do total de 15 previstos para a apresentação institucional.

Ainda nervoso, diante de pouco mais de 200 pessoas que praticamente lotavam o recinto, dentre os quais  suinocultores e profissionais respeitados da área, apontei para a projeção do slide e mandei ver:

¨E este é o nosso equipamento de alta tecnologia para gestação coletiva de matrizes, que por sinal estamos expondo neste evento. Para quem ainda não viu... Sugiro procurar um oftalmologista, pois está bastante visível, exposto no saguão de entrada¨.

Pequeno silêncio.

E de repente o público riu. E riu bastante, até (para quem tinha acabado de ser chamado de ¨cegueta¨...).

Ufa! Era minha primeira palestra institucional, a primeira vez que falava por 15 minutos sozinho num palco, a primeira vez que fiz piada, por conta própria, para mais de 5 pessoas.

Após a apresentação, recebi diversos comentários, a maioria positiva. Por exemplo:

- Bela palestra, meu jovem. Parabéns. Eu realmente não havia visto a máquina, e olha que uso óculos...

Ou:

- Não sabia que você era piadista...

Ou:

- Ei, para um rapaz de 17 anos, sua palestra foi bem despojada...

Agradeci a todos os comentários, inclusive este último. As pessoas ainda ficam boquiabertas quando digo que sou 10 anos mais velho do que qualquer adolescente.

Fato é que ¨klaustrofobiar¨ (pronto, adotei o termo) o pessoal foi a única forma encontrada para me desvencilhar do maldito nervosismo e da timidez crônica. ¨Tímido? Você? Ah, para com isso, Klaus¨.

Sim, sou sim. Digamos, um tímido às vezes cara de pau, em constante busca pela auto-cura, no intuito de inflar o próprio ego (aliás, todo tímido é um ser absolutamente prepotente – se não fosse, não pensaria que ¨ah não, todo mundo está me olhando, ai que vergonha, blá-bla-blá...¨. Ninguém está te olhando, cara pálida, insossa e sem graça, exatamente porque você não dá nenhum motivo para tanto, escondendo-se atrás dos próprios ombros... – pronto, fim da ¨sessão auto-ajuda-cavalar-psicanalítica-do-dia¨).

A melhor forma que encontrei para dissipar a minha timidez é fazendo gracinhas. Desde sempre.

Porém, nem tudo foram flores na dita apresentação. Aliás, ela começou bem... mal.

Quando subi ao palco, peguei o microfone (há décadas não ouvia minha voz amplificada, que horror!), e soltei a seguinte pérola:

- ¿Hola, que tal? ¡Buenos días!¨ - com esses sinais invertidos e tudo.

Fiz cara de espanto. Gesticulei com a ¨casinha da tradução¨, ao fundo da sala, como se algo estivesse errado. Voltei a falar no microfone:

¨Olá, bom dia! Tudo bem?¨.

Fiz cara de satisfeito. Dei sinal de positivo à bendita ¨casinha¨ (não havia ninguém lá dentro!).

¨Agora sim¨, disse.

Era para ser uma piada. Ninguém riu...

Alguns até se levantaram e foram embora (¨Xi, em espanhol de novo?!¨, espero que tenham pensado. ¨Putz, depois dessa vou almoçar!¨, foi o que devem ter pensado).

Fato é que queria quebrar o gelo, com uma piada. Pensei em falar algo associando almoço com Bem Estar Animal (tema do Fórum), mas fiquei com medo de ofender alguém...

Como a palestra anterior havia sido em espanhol, fiz a piadinha ¨do-microfone-que-ainda-estava-falando-em-espanhol¨. Horrível! Só mesmo uma mente muito nervosa para achar que daria certo.

Por sorte, o pessoal só lembrou da piadinha que funcionou.

De tudo isso, fica a lição (pode até encarar como dica-auto-ajuda-aos-tímidos-do-dia): quem se expõe, começa a formar a própria imagem diante do público naquele exato momento. Ninguém sabe quem você é, muito menos conhece seus ¨defeitos¨, inclusive a timidez. Arriscar é a única maneira capaz de conquistar o interlocutor de primeira. E poucas coisas são mais saborosas do que o reconhecimento pelo esforço ou por uma invenção própria – ainda mais em público.

Mas fique ciente que, a partir daí, sim, todos estarão de olho em você (ainda mais depois de chamados de míopes).

No meu caso, a primeira vez certamente foi inesquecível – seja pela primeira palestra ou pelas primeiras piadas fracassadas. Mas entre me omitir ou klaustrofobiar o próximo, a segunda opção ganha.

A olhos vistos.              


terça-feira, 5 de abril de 2011

E chegô o frio véio... né???


Quanto tempo, em anos, se passa falando do tempo? Não das horas. Nem da fila. Mas do mais relativo dos tempos de todos os tempos: o clima?

- Será que chove?

Se você é curitibano, essa frase será proferida a qualquer momento, mesmo no dia com o mais cintilante dos céus azuis de maio.

Se você não é curitibano, preste atenção, também poderá acontecer contigo.

Resolvi perder o meu (e o seu) precioso tempo, para ir além. Vamos analisar esse renomado e infalível recurso de ¨puxar¨ conversa.

Por sinal, quanto menor a intimidade com o coitado do interlocutor, mais sentido faz falar sobre o tempo.

Duvida?

Fila de banco:

- Nossa! Que calor, né?
- Nem me fale! E o ar condicionado que não funciona?
- Pois é, né?! Incrível que quando faz frio, parece que querem congelar a gente.
- Nem me fale! O calor dos últimos dias está insuportável!
- Pois e, né?! Parece que o aquecimento global já chegou aqui no bairro...
- Nem me fale!

15 minutos depois...

- Você acredita que meu cunhado perdeu tudo na enchente do verão passado?!
- Pois é, né?! E dizem que o inverno vai ser pior que o anterior...
- Nem me fale!

Importante frisar: quando se trata de tempo, não há tempo que dê conta de tanto assunto. Inútil.

Também existem os ¨poetas do tempo¨. Dia desses, acompanhei o seguinte diálogo, realizado por telefone – sinta a profunidade do papo:

- Boa tarde doutor, tudo bem?
- Como vai? Como está? Tudo bem? Muito frio aí em Guarapuava, já?
- Pois é, doutor! O frio tá chegandinho... Até já tirei minhas blusas do guarda roupa...
- Imagino! Aí faz frio pra burro!
- Imagine só! Vocês aí em Curitiba estão no céu... Ou no inferno, onde é mais quente (muitos risos... forçados)
- (risos) Ou o contrário! Tipo o Inferno da ¨Divina Comédia¨, de Dante Alighieri, onde o inferno é congelado...
- ...
- (risos nervosos)
- Doutro, sobre aquele contrato...

Mas de todos, sem dúvida, os avós são os maiores conhecedores dos mistérios incautos do clima!

- Viu vó, não disse que aquelas nuvens iriam ¨dar a volta¨?
- Mas antes, antes, antes de antes de ontem a lua cheia estava envolta numa aura branca. Certamente choverá por 3 semanas seguidas...
- Pois é, né! Olha ali, essas nuvens fininhas e avermelhadas. Certeza que chove amanhã...
- Mas hoje em dia o tempo anda tão diferente...

E os viventes ficam ali, parados, divagando, numa confortabilíssima posição, olhando para o céu, com a boca aberta e o torcicolo trovejando. Até que vem o juízo final:

- Bom, amanhã a gente descobre...
- Pois é, nem me fale!

Quem trabalha em jornal, sabe que nem com meteorologistas da paixão a conversa rende:

- Simepar, bom dia!
- Bom dia, meu nome é Noé, do Jornal Naufrágios Diários, tudo bem?
- Tudo bom?
- Tudo. Estamos fazendo matéria sobre as últimas enchentes. É possível associá-las ao aquecimento global?
- (Suspiro longo e profundo) Não, não é possível. As enchentes das últimas semanas estão associadas à grande massa de ar estacionária sobre sua região. Em função de uma combinação de fatores, como o deslocamento para o Oceano Atlântico das massas de ar vindas do Sul e a ausência de umidade de ar na região Centro-Oeste, essa massa de ar está propiciando uma precipitação acima da média registrada para a atual época do ano, nessa região.
- Mas isso tem a ver com o aquecimento global?
- (Ssssssuspiro profundo) Não.
- Está relacionado a que, então?
- Ao que acabei de explicar antes.
- Ah, perfeitamente. Poderia repetir, por favor, pois achei que tinha a ver com o aquecimento global?

Mas de todas as divagações, uma única coisa é certa, aliás, duas:

Quem fala do tempo, pode estar entediado, pode estar interessado, mas nunca estará errado...

- E não é que chegô o véio e bom frio?! Decerto amanhã ¨géia¨...

segunda-feira, 7 de março de 2011

LA PRESUNTA ABUELITA

Na primeira aula de espanhol, la maestra nos passou o seguinte texto: ¨La Presunta Abuelita (A suposta vovozinha), um clássico texto para demonstração das aparentes semelhanças entre o português e espanhol, através dos chamados falsos congatos ou heterosemânticos.

Bom, aqui, trata-se sobretudo de um prato cheio para trocadilhos pobres, paupérrimos, pobrecitos e ¨madre mia de diós!¨.


Abaixo, a versão ¨madre mia de diós, nadie merece esto¨ (minha mãe de Deus, ninguém merece).

Para facilitar, os falsos cognatos estão em negrito, bem como suas respectivas traduções (entre parênteses, algumas explicações ajudam na compreensão).


Español
La Presunta Abuelita

Había una vez una niña que fue a pasear al  bosque. De repente se acordó de que no le había comprado ningún regalo a su abuelita. Pasó por un parque y arrancó unos lindos pimpollos rojos.


Cuando llegó al bosque vio una carpa entre los árboles y alrededor unos cachorros de león comiendo carne. El corazón le empezó a latir muy fuerte. En cuanto pasó, los leones se pararon y empezaron a caminar atrás de ella. Buscó algún sitio para refugiarse y no lo encontró. Eso le pareció espantoso.



A lo lejos vio un bulto que se movía y pensó que había alguien que la podría ayudar. Cuando se acercó vio un oso de espalda.

Se quedó en silencio un rato hasta que  el oso
desapareció y luego, como la noche llegaba, se decidió a prender fuego para cocinar un pastel de berro que sacó del bolso.

Empezó a preparar el estofado y lavó también unas ciruelas.
De repente apareció un hombre pelado con el saco lleno de polvo que le dijo si podía compartir la cena con él.



La niña, aunque muy asustada, le preguntó su apellido. Él le respondió que su apellido era
Gutiérrez, pero que era más conocido por el sobrenombre Pepe.

El señor le dijo que la salsa del estofado estaba exquisita aunque un poco salada.

El hombre le dio un vaso de vino y cuando ella se enderezó se sintió un poco mareada.


El señor Gutiérrez, al verla borracha, se ofreció a llevarla hasta la casa de su abuela.

Ella se peinó su largo pelo y, agarrados del brazo, se fueron rumbo a la casita del bosque.

Mientras caminaban vieron unas huellas que parecían de zorro que iban en dirección al
sótano de la casa. El olor de una rica salsa llegaba hasta la puerta. Al entrar tuvieron una mala impresión: la abuelita, de espalda, estaba borrando algo en una hoja, sentada frente al escritorio.


Con espanto vieron que bajo su saco asomaba una cola peluda. El hombre agarró una escoba y le pegó a la presunta abuela partiéndole una muela. La niña, al verse engañada por el lobo, quiso desquitarse aplicándole distintos golpes.


Entre tanto, la abuela que estaba amordazada, empezó a golpear la tapa del sótano para que la sacaran de allí. Al descubrir de dónde venían los golpes, consiguieron unas tenazas para poder abrir el cerrojo que estaba todo herrumbrado. Cuando la abuela salió, con la ropa toda sucia de polvo, llamaron a los guardas del bosque para contar todo lo que había sucedido.

Português
O presunto da Cadelinha

Era uma vez uma menina que foi passear ao bosque. De repente acordou, sem ter comprado nenhum mimo para sua cadelinha. Passou por uma praça e arrancou uns lindos anões de jardim vermelhos.

Quando chegou ao bosque, avistou uma carpa (debatendo-se) entre as árvores e, ao redor, uns cachorros (tipo) leões de chácara comendo carne. O seu coração emepenhou-se em latir forte (para os cães). Mesmo assim, quando passou, os leões de chácara pararam (de comer) e empenharam-se em segui-la. Procurou algum sítio para refugiar-se, mas não encontrou. Isso lhe pareceu espantoso!

Logo, viu um vulto que se mexia e pensou que havia alguém que poderia ajudá-la. Quando a cercaram (os cães), viu seu osso das costas (força de expressão: viu-se em apuros). Caiu em silêncio, feito rato, até que o osso (das costas, ou seja, o medo) desapareceu e logo, como a noite se gabava, decidiu aprender, à ferro e fogo, a cozinhar um pastel e, aos berros, atirou-o no bolso.

Empenhou-se a preparar um estofado e (aproveitando) lavou também as ceroulas.
Neste momento (que ela estava sem suas ceroulas), apareceu um homem pelado com o saco pequeno como de um polvo, o qual (o homem) lhe disse que queria compartilhar aquela cena com ela.

A menina, ainda que muito assustada, perguntou (ao menos) o seu apelido. E ele respondeu que seu apelido era ¨Gutiérrez, O Cachorro¨, mais conhecido pelo sobrenome ¨Pepe¨.

O senhor lhe disse que aquela ¨salsa¨ sobre o estofado estava muito esquisita, quase um ianque com pouca salada (força de expressão). O homem (então) lhe deu um vaso de vina e quando ela a ¨endereçou¨, sentiu-se um pouco marejada.

O senhor Gutierrez guardou a borracha (a vina mal-passada) e se ofereceu para levá-la até a casa de sua cadela.

Ela pendurou-se em seu largo pelo e, agarrados num abraço, foram-se até a casinha, no bosque.

Enquanto caminhavam, viram uns (zé) ruelas que pareciam o Zorro, e que estavam indo em direção ao sótão da casa. O odor de uma ¨salsa marica¨ (Ricky Martin?) chegava até a porta. Ao entrar, trupicaram numa mala de pressão (ou seja, uma ¨bomba¨): a cadelinha, com uma espada, estava se borrando há uma hora, sentada em frente ao escritório.

Com espanto, viram que sob a mala acenava uma coisa peluda. O homem agarrou uma escova (de chão) e pegou o presunto da falsa cadela, partindo-lhe um molar. A menina, ao ver-se enganada pelo lobo, quis divorciar-se, aplicando-lhe golpes distintos (ex: do baú, da barriga, etc).

Contudo, a cadela que continuava amordaçada, empenhou-se em golpear a tampa do sótão, pedindo pelo sacana dali. Ao descobrirem de onde vinham os golpes, conseguiram umas tranças para poder abrir o ferrolho que estava todo emperrado. Quando a cadela saltou, com uma roupa suicida, sobre o povo, chamaram os guardas do bosque para contar o que havia acontecido.


O texto com as corretas traduções para os ¨falsos cognatos¨ pode ser lido aqui.

Atenção: caro estudante de ensino médio e demais leitores, favor não utilizar a tradução deste blog para seu trabalho ¨ctrl c, ctrl v¨. Trata-se, evidentemente, de uma brincadeira com os falsos cognatos ("traduzido"apenas como se lê). Obrigado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Amor telefônico

- Alô? Amor?
- Oi, tudo bem?
- Tudo bem, lindo, e você?
- Tudo... Por que tanta demora para atender esse maldito celular?
- Ai amor, desculpa! Estava no vibra, dentro da bolsa, até eu encontrar...
- Uhm... Sei...
- Sério amor!
- Mais uma dessa e não te ligo mais! Poxa, cinco tentativas pra falar contigo...
- Então não ligue, seu estúpido! Eu pedi para você me ligar, por acaso?
- Pois é... Não tinha pensado nisso... Por que será que eu te ligo?
- Pra me azucrinar sempre com a mesma coisa: por que não atende? Por que demora tanto? Por que estava ocupado?
- É isso mesmo, tem razão, vou parar de te azucrinar, então!
- Faça isso e...
- Tu, tu, tu, tu...

5 Minutos depois.

- Alô...
- Desculpa linda, é que eu estava com saudades... Custava atender mais rápido?
- Mas amor, eu já disse... Você sabe como é bolsa de mulher, até eu achar o bendito...
- Ah, não! Você insiste nessa história?
- Mas é a verdade, o que eu posso fazer?
- Deixa no volume alto...
- Aí chego no escritório, faz aquele escândalo... Até eu perceber que é meu celular que está tocando... Vai dar na mesma!
- Então coloca no bolso de trás da calça...
- Amor, já te falei. A última vez que fiz isso o celular caiu no vaso do banheiro!
- Serio?
- É, e já li também que dá estria no bumbum...
- Eu desisto! A partir de agora, se quiser falar comigo, me ligue!
- Grosso!
- Tu, tu, tu, tu...

3 Minutos depois...

- Al...
- Escuta aqui, Credislaine! Você não fale assim comigo!
- Espera aí! Não fale você assim comigo, seu grosso estúpido! Cavalo!
- Ah é? Cavalo? Então saiba que toda vez que você não atende ao celular, eu falo com outra mulher!!!
- O que?!
- É! É isso mesmo!
- Seu cafajeste! E me esfrega isso na cara?
- Esfrego sim! Aquilo sim é mulher! Sempre, sempre fala comigo, toda vez que você me deixa pendurado...
- Que?!
- Super simpática, voz suave, delicada...
- Então faça bom proveito!
- Tu, tu, tu, tu...

10 Segundos depois...

- Que m$%&, Epitáfio! Você não disse que não ia mais me ligar?
- Impressionante como você está atendendo rápido este celular, Credislaine...
- ...
- Amor, preciso te contar!
- Vá contar pra aquela diaba que te atende quando eu não posso...
- Tu, tu, tu, tu..

5 segundos...

- Que foi agora?!
- Amor, tenho uma ótima notícia!
- Ah, Epitáfio! Vá passar trote pra sua amante!
- Amante? Que amante?
- Que foi? Bateu a cabeça? Interferência do sinal na sua memória? Primeiro confessa e agora quer negar?
- Mas amor, eu não tenho amante nenhuma! Escuta, nós ganham...
- Epitáfio, acabou! Se liga! Nunca mais me liga, tá ligado?!
- Mas amor...
- Tu, tu, tu, tu..

5 Minutos depois.

- Tu... Tu... Tu... Tu... ¨A sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e estará sujeita a cobrança após o sinal...¨
- Não, agora não, querida...
- ¨Após o sinal, deixe o seu recado...Bip...¨
- Amor, ganhamos! Por favor, atenda, nós ganhamos! Na mega sena! É sério! Me liga logo amor!

10 segundos depois...

- Alô??? Amor?! É sério?? Me desculpa, lindo, eu...
- Hahahaha! Caiu nessa, linda? Não acredito...
- Tu, tu, tu, tu...

2 dias depois...

- Tu... Tu... Tu... Tu... ¨Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa...¨
-  Santo pai, que voz irritante!
- ¨Após o sinal, deixe sua mensagem... Bip...¨
- Meu amor, por favor, só me responda uma coisa: pra que diabos você tem um CELULAR?!